
“O PDT precisa lançar candidaturas próprias onde for possível até porque a cláusula de barreira estará de volta nas eleições de 2010 e não podemos abrir mão de nossos princípios, de nossas idéias e de nosso discurso”, afirmou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também presidente PDT-RJ, ao abrir nesta segunda-feira (6/5), no auditório da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), reunião ordinária do Diretório Regional.
Lupi dedicou a primeira parte de sua intervenção de cerca de 40 minutos a um balanço dos primeiros 30 dias que ocupa o Ministério do Trabalho do Governo de Luis Inácio Lula da Silva, tarefa que definiu como “desafio gigantesco”. Argumentou que o cargo é estratégico porque a pasta, criada por Getúlio Vargas na década de 30 “para defender o lado do trabalhador” no embate entre capital e trabalho, tem abrangência nacional e o fato de estar pautando o seu dia-a-dia pelas bandeiras históricas do trabalhismo – está dando grande visibilidade e repercussão ao cargo.
Entre outros pontos de sua gestão, Lupi destacou que já está travando um debate público sobre a necessidade de liberar os 20% do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) empenhados junto a DRU, para que sejam usados em programas que beneficiem diretamente os trabalhadores. Citou também a recente redução em torno de 2% dos juros do FGTS empregado em financiamentos imobiliários, dentro do esforço geral de estimular a economia e a geração de empregos. “Conversei com Lula sobre este assunto e disse a ele que no que depender da gente, reduzo mais ainda esses juros”, assinalou Lupi.
Observou também que, na sua atuação como ministro, trabalha sempre atento a linha programática do PDT – especialmente preocupado com os mais desfavorecidos. "Nessas poucas semanas já virou uma espécie de marca do PDT no Ministério, a defesa dos direitos trabalhistas. Tenho dito sempre que sou a favor de mudanças na legislação desde que elas sejam para aumentar os direitos dos trabalhadores, principalmente para inclusão dos que hoje estão na informalidade, jamais para tirar direitos", argumentou.
“Já virou uma espécie de marca do PDT a defesa da carteira de trabalho”, acrescentou, explicando que em recente conversa com Jacques Wagner, o primeiro ministro do Trabalho do governo Lula, este comentou com ele, parabenizando-o, que no seu primeiro mês à frente do Minstério do Trabalho, conseguiu mais espaço na mídia do que ele, Jaques Wagner, que ficou quase três anos no cargo; mais o Berzoini e o Marinho juntos.
Lupi relatou que o presidente da Fiesp, em recente telefonema, explicou que os empresários brasileiros também não querem tirar direitos dos trabalhadores, querem é pagar menos impostos especialmente nas empresas que necessitam de empregar mão-de-obra de uma maneira mais intensiva. “Tenho defendido publicamente a necessidade de reduzir o pagamento de impostos para as empresas que empregam mais mão de obra, especialmente as pequenas e médias – maiores empregadoras do Brasil”, destacou.
Lupi também relatou a série de viagens e reuniões que tem realizado pelo país afora, como a que realizou com sindicalistas da CUT dias depois de assumir a pasta, quando estes ainda resistiam a sua nomeação no lugar de Luiz Marinho. Relatou também que logo na primeira semana no cargo constatou que no Museu do Trabalho, que funciona do térreo do prédio do Ministério, não havia um único retrato de Getúlio Vargas. Problema que resolveu ao inaugurar no dia 19 de abril, dia do nascimento de Getúlio, uma foto do ex-presidente.
Na opinião de Lupi, tendo em vista as eleições municipais de 2008, mais do que nunca é hora de organizar o PDT, preparando-o para a disputa. Explicou que tem muita gente interessada em ingressar no partido em todo o país, citou o exemplo de Sergipe, e que a hora é de filiar bons quadros de olho na construção de candidaturas viáveis. “Tem muita gente querendo se filiar, precisamos organizar o partido para valer, temos que mostrar nossa cara e reiterar a defesa de nossas bandeiras históricas”, concluiu.
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