Belford Roxo - Uma multidão, um único grito. Foi assim a manifestação que reuniu cerca de 150 mil pessoas no Centro, na passeata ‘Contra a Covardia, Em Defesa do Rio’, ontem à tarde, entre a Candelária e a Cinelândia. Nem a chuva desanimou os manifestantes. Entre as autoridades presentes, os governadores Sérgio Cabral (RJ) e Paulo Hartung (ES), o prefeito Eduardo Paes, o ministro Carlos Lupi (Trabalho).
O protesto contou ainda com membros das prefeituras de Campos dos Goytacazes, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Duque de Caxias, Belford Roxo e Quissamã, um dos mais prejudicados pela emenda.
Os manifestantes carregaram faixas em defesa da manutenção da atual forma de obtenção de recursos com o petróleo e contra a chamada emenda Ibsen, que modifica a distribuição de royalties do pré-sal e desfavorece estados e municípios produtores.
O ministro Carlos Lupi chegou a afirmar que a queda na arrecadação pode aumentar o desemprego no Rio. A emenda, dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-RJ), deve tirar cerca de R$ 7,5 bilhões de receita do Estado do Rio. O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados e ainda será analisado pelo Senado.
Durante entrevista coletiva, Cabral declarou que milhares de pessoas demonstraram amor ao Rio de Janeiro. Ele agradeceu a contribuição significativa do Espírito Santo no protesto. “Tivemos uma grande demonstração de unidade e mobilização no Rio de Janeiro”, afirmou.
O governador disse ainda que não se incomoda em negociar a distribuição dos royalties no pré-sal não licitado, mas não aceita mudança no pós-sal e no pré-sal já licitado. Ele lembrou que no fundo de participação do estados, novo critério de distribuição, o Rio é o 20º em recebimento de recursos, embora seja o 2º em contribuição.
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